Os atletas do projeto social gratuito Life Star Talentos, voltado para a descoberta e oportunidade no esporte, em Nilópolis, contam com uma figura especial. Trata-se de Nelson de Souza, de 55 anos, mais conhecido como técnico Nelsinho. Desde o início do projeto, é ele que escolhe nas peneiras, treina, prepara, conversa e, sobretudo, abraça cada menino.
E o amor pelo futebol vem de longe. Com 16 anos jogou no Pavunense, depois no Menezes, no Tomazinho e no Mesquita. Morador da Favela do Dique, em São João de Meriti, ele recorda do momento em que decidiu fazer algo pelas crianças e adolescentes da Baixada Fluminense.
“Eu estava sentado na favela olhando as crianças que assistiam a uma cena horrível: urubus comendo o corpo em decomposição de uma pessoa. Olhei em volta e percebi que não tinha futebol, não tinha nada para aquelas crianças e pensei: ‘tenho que tirar essas crianças desse lugar, mostrar que existem oportunidades a espera delas”, destaca Nelsinho.
Desde o início no Life Star Talentos, Nelsinho garante ter orgulho de fazer parte do projeto.
“Hoje eu trabalho num projeto muito bom que, além de educar, ajuda muitos jovens. Um projeto gratuito, com professor de Educação Física, o Naninha, fora as pessoas do suporte como o De Menor, o Bozó, o Cosme e o Anderson. Aqui trabalhamos o futebol e o social”.
A cobrança não é apenas em campo, mas se estão indo à escola, como estão às notas e o comportamento. E os atletas seguem à risca. Nelsinho é mais que um técnico. É um paizão.
“Alguns serão jogadores, outros professores, advogados, empreendedores, então procuro conversar, orientar, para que aproveitem as oportunidades e procurem sempre fazer as escolhas certas para se tornarem do bem. Esse é o meu maior salário. Não tem preço”, conclui.
O projeto funciona de segunda a sexta-feira, de manhã e tarde, na Vila Olímpica Marcos Fernandes, no bairro Frigorífico.