Mais uma tradicional empresa de ônibus está prestes a ser extinta. Pelo menos nas ruas de Nilópolis já são contados os dias para os veículos da Transturismo Rio Minho pararem de circular. O Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro – Detro-RJ acatou o pedido do grupo controlador da empresa e repassou a operação da linha 143 C (Niterói x Nova Iguaçu) para a Expresso Rio de Janeiro.
Além da 143C, todas as demais linhas, antes pertencentes a empresa Transturismo Rio Minho, também foram incorporadas à Expresso Rio de Janeiro, que até então faziam parte do Grupo Rio Ita, mas tinham gestões independentes. A situação começou a mudar em julho de 2022, quando o Grupo Rio Ita (Rio Ita, Expresso Rio de Janeiro, Fagundes, Tanguaense, Rio Minho e Expresso Tanguá) passou a ser controlado pelo Grupo Mauá e Coesa Transportes.
A transferência das linhas da Rio Minho para a Rio de Janeiro é a primeira grande mudança feita pelos novos gestores do Grupo Rio Ita. A intenção da incorporação é a reestruturação e simplificação das operações, centralizando as atividades administrativas e comerciais de ambas as empresas, racionalizando e reduzindo os custos administrativos e operacionais.
O que muda para o usuário
A princípio a única mudança que os usuários irão perceber é a troca das pinturas dos ônibus, já que por serem do mesmo grupo empresarial, Rio Minho e Rio de Janeiros usam os mesmos modelos de veículos e adotam tipos de serviços equivalentes. Os valor da tarifa adotado pela 143C continua em R$ 12,75 e não serão feitas mudanças nos itinerários e nem nos horários das viagens.
A Rio Minho foi fundada em 13 de março de 1961 pelos portugueses Antonio Teles Botelho e Joaquim Augusto Ferreira como o nome Transportes Rio Minho Ltda. No início, operava linhas rodoviárias ligando as cidades de Niterói e Rio ao Interior Fluminense.
Já a Expresso Rio de Janeiro começou suas operações em 1979, surgindo a partir da cisão da própria Rio Minho, assumindo parte das linhas da extinta Coletivos Magé. Os seus ônibus, então com as cores branca e detalhes em cinza e vermelho, ligavam o município de Magé às cidades vizinhas de Itaboraí, São Gonçalo e Niterói.
Em 1983 ambas empresas são incorporadas pelo Grupo Rio Ita, vendido em 2022 para o Grupo Mauá e Coesa Transportes.
Outras mudanças recentes
Nos últimos dez anos, o setor de transportes de passageiros por ônibus passou por grande mudanças, principalmente com a extinção de empresas. Em Nilópolis a situação não foi diferente e três empresas de ônibus tiveram suas atividades encerradas nesse período.
A empresa Turismo Trans1000 foi a primeira a encerrar definitivamente suas operações em Nilópolis. Em 2014, após uma grave crise financeira, suas linhas foram repassadas pelo Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro – Detro-RJ às empresas Cavalcanti & Cia – Nilopolitana, Nossa Senhora da Penha, Viação Vera Cruz, Transportes Blanco e Master Transportes Coletivos de Passageiros.
Também sofrendo problemas financeiros, que impactaram na operação das suas linhas, a Expresso Mangaratiba e a Viação Costeira, que faziam parte do mesmo grupo, teve as suas operações encerradas em 2017. Em Nilópolis coube à Transportes Flores assumir as linhas das duas empresas.
Neste mesmo ano 2017, O DETRO decretou a caducidade do contrato de concessão da empresa Cruzeiro do Sul em relação à linha 420T (Nilópolis x Barra da Tijuca – via Mesquita), licitada em 2008, visando garantir o pleno atendimento aos usuários das linhas operadas pela empresa, considerando a regularidade, qualidade, continuidade e segurança do serviço. A decisão foi motivada pelo grande número de reclamações registradas na Ouvidoria do Detro e pelo não cumprimento das cláusulas contratuais. Na época a empresa Cavalcanti & Cia – Nilopolitana foi escolhida para operar a linha 420T.