Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, conhecido como Laíla, foi homenageado mais uma vez. Passados dois anos da sua morte, chegou a vez da Prefeitura de Nilópolis também eternizar o nome do carnavalesco. Através do Decreto 5092/2023, o prefeito Abraão David Neto (PL) batizou o trecho da Avenida Mirandela, localizado entre as ruas Getúlio de Moura e Getúlio Vargas como Calçadão Luiz Fernando Ribeiro do Carmo “Laíla”.
Laíla, que morreu em 2021, aos 78 anos, já havia sido homenageado naquele mesmo ano pela Beija-Flor de Nilópolis, onde trabalhou durante 30 anos, ao nomear o barracão da escola na Cidade do Samba, Zona Portuária do Rio.
Quando faleceu, Laíla estava fora da Beija-Flor de Nilópolis. Ele havia deixado a agremiação após ter conquistado o título do Carnaval 2018, com o enredo “Monstro é aquele que não sabe amar — Os Filhos Abandonados da Pátria Que Os Pariu”. Desde então, o dirigente realizou trabalhos junto a Unidos da Tijuca, União da Ilha e Águia de Ouro (SP).
Cria do Salgueiro
Natural do Morro do Salgueiro, na Tijuca, onde cresceu e aprendeu tudo o que sabia de carnaval, Laíla tornou-se conhecido por sua personalidade. Lá ele fundou uma das primeiras escolas mirins, a “Unidos da Ladeira”, onde se destacou e foi por isso chamado a fazer parte do Salgueiro, onde ocupou o cargo de diretor de harmonia até 1975, conquistando 7 títulos pela agremiação, quando a Beija-Flor, o contratou, juntamente com Joãozinho Trinta, para reforçar a agremiação que, até então, era uma escola pequena, sem grandes resultados no Grupo Especial. Nos três primeiros anos, a parceria Joãozinho-Laíla não poderia ter dado mais certo. A escola nilopolitana conquistou o tricampeonato (1976, 1977 e 1978).
Em 1980 Laila parte para a Unidos da Tijuca, fazendo um carnaval histórico ao lado do carnavalesco Renato Lage e elevando a escola do Borel para o Grupo Especial. Lá ficou até 1983, e nos anos seguintes teve breves passagens pela Unidos de Vila Isabel e pelo carnaval de Belém até regressar à Beija-Flor em 1989, fazendo um desfile que marcou a história do carnaval com a emblemática imagem do Cristo mendigo, coberto por exigência judicial e trazendo a frase (idealizada por ele) “mesmo proibido, olhai por nós”, no enredo “Ratos e urubus, larguem minha fantasia”. Em 1992 sai da Beija-flor e vai para a Grande Rio, onde permanece até 1994. Em 1995 volta para a Beija-flor e constrói a comissão de carnaval, que conquistou muitos títulos até 2018.
Depois do carnaval de 2018, após 23 anos, Laíla deixou em definitivo a Beija-Flor, em consequência da nova filosofia implementada por Gabriel David, novo administrador da escola, e retornou à Unidos da Tijuca para o carnaval de 2019, juntamente com o carnavalesco Fran Sérgio.
Em 2019 assina o carnaval como diretor da escola de samba da paulista Águia de Ouro. Já para o carnaval de 2020, após a saída da Unidos da Tijuca, Laíla atuou como Diretor de Carnaval da União da Ilha do Governador, ainda que permanecesse na Águia de Ouro. No carnaval paulistano foi campeão do Grupo Especial, dando à Águia seu primeiro título, ao lado do carnavalesco Sidney França. Já no carnaval carioca, foi rebaixado pela primeira vez com a União da Ilha. Ao todo Laíla colecionou 28 títulos do carnaval, sendo 21 pelo grupo especial do Rio de Janeiro, 1 no grupo especial de São Paulo, 4 no carnaval de Belém e 2 títulos no grupo de acesso do carnaval carioca.
Laila morreu em 18 de junho de 2021 por complicações da Covid-19, após três dias de internação no Hospital Israelita Albert Sabin, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro.