Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, abrimos espaço para a mensagem enviada por uma leitora, que pediu o anonimato.
“É fato que nacionalmente, o machismo se faz presente em diferentes esferas da sociedade. E, apesar de pequena geograficamente, Nilópolis não fica para trás reproduzindo esse comportamento que ainda é comum e tem sido escancarado em algumas atitudes.
Nos últimos dias virou rotina as mulheres nilopolitanas lidarem com violência psicológica e diversos tipos de agressões. Nesta semana, por exemplo, uma diretora da Escola Municipal Poeta Carlos Drummond de Andrade, no bairro Nossa Senhora de Fátima, foi alvo de ataques por parte de um cidadão, filmada e exposta na internet.
Em outro caso recente, uma cidadã recorreu à Câmara Municipal, a casa do povo, para fazer reivindicação e ouviu de um vereador que ela deveria “procurar uma louça para lavar”. Ao exercer seu papel de cidadã, essa nilopolitana foi desrespeitada por um homem que está ali para representá-la.
Além disso, outras mulheres, até que ocupam cargos públicos, têm sido vítimas de ataques de cunho misógino frequentemente. Um outro exemplo é que, esse mesmo vereador se sentiu à vontade para, no seu local de trabalho, mandar a vice-prefeita calar a boca. Depois, outro legislador utilizou da tribuna, para dizer que “ela não conseguiu cuidar nem da própria casa”, fazendo alusão à vida privada da mesma.
E não para por aí. Em mais um episódio, outra representante do Poder Executivo foi intimidada, teve um dos equipamentos públicos que administra arrombado e, mais uma vez, atacada publicamente.
Mas, definitivamente, estes não são casos isolados. A Casa da Mulher Nilopolitana, reconhecida por seu trabalho na proteção e empoderamento de mulheres, se depara diariamente com a realidade da violência de gênero na cidade, seja com agressão física, psicológica, emocional ou moral.
Em episódios como esses, vemos que as mulheres são descredibilizadas, silenciadas, perseguidas, muitas das vezes pelo único fato de serem mulheres. Até quando?
No Dia Internacional da Mulher, não podemos ignorar a realidade que tem se evidenciado cada vez mais. Enquanto celebramos as conquistas, também confrontamos as barreiras que ainda impedem que todas as mulheres sejam respeitadas. É um alerta necessário de que Nilópolis não pode permitir que o machismo persista”.