Além dos riscos naturais de trabalhar expostos aos combustíveis, os frentistas ainda sofrem com a maldade de quem quer se aproveitar do trabalho alheio para se dar bem. Um “cliente” está usando cédulas falsas para fazer pagamentos nos postos de combustíveis em Nilópolis.
Como fazem todos os clientes, o golpista chega ao posto e pede para abastecer. Como geralmente a cobrança é feita após o término do abastecimento, é nesse momento, que o golpe é aplicado. O motorista liga o veículo e só depois entrega o dinheiro ao frentista. O golpe geralmente é percebido, somente após o cliente ter ido embora.
Mas no final da noite do último sábado (02/03), o “cliente do Palio preto”, como está sendo apelidado o golpista, esteve tentando aplicar o golpe pela segunda vez, em um posto de gasolina localizado na Rua Antônio José Bittencourt, no Centro de Nilópolis. No local, conforme informações de funcionários, que preferiram não ter os nomes divulgados, o frentista desconfiou da atitude do motorista e ao receber o dinheiro, identificou imediatamente que uma nota de R$ 100 era feita de plástico. O motorista então, arrancou com o carro e ainda quebrou a mangueira usada para o abastecimento e fugiu.
Um outro funcionário conseguiu fotografar a placa do Fiat Pálio, cor preta, usado pelo motorista e logo constatou-se que estava adulterada, com adesivos pretos, nos algarismos. A tática, bem amadora, não impediu que a verdadeira placa fosse identificada. Em vez do KW8 6888, que nem existe no padrão antigo de placas, descobriu-se, na verdade, que a placa é KWO 5803 e o veículo está registrado em Nilópolis.
De posse das informações, a gerência do posto, fez mais um registro de ocorrência na Polícia. As informações agora irão ajudar na identificação do golpista. Até o momento não há informações se o veículo tratava-se de produto de roubo ou furto. A Polícia Civil já requisitou imagens de câmeras de vigilância do estabelecimento de outros pontos.
A Polícia pede ainda, que se alguém tenha sido vítima do mesmo golpe, ou saiba informações sobre a localização do veículo, que se dirija até a 57ª DP (Nilópolis) ou acione o Disque-Denúncia (2253-1177), neste último caso, o anonimato é garantido.
Do tipo caseiro ao sofisticado
O delegado titular da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz) da Polícia Federal (PF), Daniel Brasil, explicou que, existem equipamentos capazes de confeccionar uma nota falsa.
Uma das formas de ‘lucrar’ com as notas falsas é receber como troco as cédulas verdadeiras.
“Geralmente, eles entregam para os passadores, que procuram comércios com grande circulação de pessoas, onde a identificação passa despercebida”, frisou.
Crime deve ser denunciado
A Polícia Civil destaca que é preciso ter atenção na hora em que receber uma nota. Se o comerciante ou qualquer funcionário desconfiar da originalidade da cédula seja por meio da utilização da caneta específica ou mesmo através do toque, que chame a Polícia Militar, que deverá encaminhar o suspeito à Polícia Federal para prestar esclarecimentos ou mesmo autuar em flagrante. Tal atitude vai viabilizar que a autoridades cheguem a quem está passando essa nota falsa ou até mesmo ao falsificador.
O delegado Daniel Brasil acredita que o número de ocorrências pode ser maior, pois muitos casos não chegam a ser denunciados porque alguns comerciantes tentam repassar as notas adiante para não ficarem no prejuízo.
Ele orientou que, se não for possível identificar o passador, mas ao se certificar de que a cédula é falsa, o comerciante deve procurar a PF.
“Isso vai gerar uma informação para nós e vamos saber onde foi, vamos procurar ver se tem imagens, mas é fundamental que registre a ocorrência, além de trazer para nós a cédula falsa”, disse ele.
Características e Elementos de Segurança
Apenas as notas de R$ 10 foram fabricadas usando o plástico como material. A cédula foi lançada no ano 2000 e circulou em todo o território nacional, tornando-se muito popular. No entanto, com o passar do tempo, a nota de plástico foi vista cada vez menos, “saindo de circulação”. Hoje em dia é muito rara de se achar.
Confira abaixo como identificar a originalidade de uma cédula:
1 – Marca d´água
As notas de R$ 100 têm a figura da República como marca d´água .
2 – Fibras coloridas
Pequenos fios vermelhos, azuis e verdes podem ser vistos nos dois lados, ao longo de toda a cédula.
3 – Impressão em alto-relevo
As figuras da República, da garoupa, as legendas ‘Banco Central do Brasil’ e ‘Cem Reais’ e os números do valor da cédula (100) têm alto-relevo e são sentidas com os dedos.
4 – Fundos especiais
Formados por linhas retas, sinuosas e finas.
5 – Microimpressões
Ao utilizar uma lente, é possível ver as letras ‘B’ e ‘C’, na faixa clara junto à efígie (frente) e no interior do número 100 .
6 – Registro coincidente
Com a nota contra a luz, a imagem das Armas Nacionais em um lado se ajusta ao desenho semelhante no outro lado.
7 – Fio de segurança
Fio vertical embutido no papel, visível na nota contra a luz, tem propriedades magnéticas e é lido por equipamento de seleção e contagem.
8 – Numeração
São as letras e os números que identificam a cédula. Não podem existir duas cédulas de mesma numeração.
9 – Imagem latente
No canto inferior esquerdo, na frente da cédula colocada contra a luz abundante, ficarão visíveis as letras ‘B’ e ‘C’.
10 – Marca tátil
Impressas em relevo para auxiliar deficientes visuais a identificar a nota. Cada cédula tem marcas próprias e as de R$ 100 têm como marca tátil três elipses (na linha superior e na linha inferior).
11 – Fibras luminescentes
Pequenos fios espalhados no papel que se tornam visíveis, na cor lilás, quando expostos à luz ultravioleta. Há nos dois lados.
12 – Microchancelas
São as duas assinaturas – uma do Ministro da Fazenda, outra do Presidente do Banco Central do Brasil – que conferem à cédula o seu valor legal.