Uma decisão consciente passa por planejamento. Planejamento familiar é útil e necessário para que a gente não saia fazendo filho sem necessidade e também poupando as companheiras de jornada dos remédios contraceptivos.
Por ter três filhos, achei justo, correto e necessário fazer a vasectomia, atendendo ao pedido da minha esposa. Este é um método aparentemente simples, com procedimento cirúrgico de mais ou menos quarenta minutos, com muito menos impacto do que a laqueadura, feita nas mulheres, por exemplo.
Ao tempo que este texto foi escrito, havia feito uma semana de procedimento. Ainda sinto alguns efeitos da cirurgia, dói um pouco, os dias passam e vai melhorando de maneira gradativa.
Caso você tenha mais de dois filhos e não queira mais colocar um rebento no planeta, recomendo que faça a vasectomia. Eu fiz em hospital público. Procure um médico urologista e se informe sobre a cirurgia, vá no posto de saúde mais próximo da sua casa.
Vasectomia
O que é?
É um procedimento cirúrgico que impede o homem de ter filhos. A cirurgia interrompe a circulação dos espermatozoides produzidos pelos testículos e conduzidos para os canais que desembocam na uretra, impedindo a gravidez.
Como é feita a vasectomia?
O médico aplica uma anestesia local e retira um fragmento de cada um dos dois canais que levam os espermatozoides dos testículos ao pênis. O procedimento leva de 15 a 20 minutos e não há necessidade de internação hospitalar, podendo ser realizada no próprio consultório médico.
Vantagens da vasectomia:
– método seguro para evitar a gravidez;
– não é necessário utilizar pululas ou outros medicamentos;
– não é necessário interromper o ato sexual;
– cirurgia bem mais simples que a laqueadura de trompas feminina.
Vida sexual após a vasectomia:
Muitos homens se recusam a fazer essa cirurgia porque imaginam que ela possa provocar distúrbios de ereção, no que estão completamente enganados. A vasectomia torna o homem estéril, mas não interfere na produção de hormônios masculinos nem em seu desempenho sexual.
O corte do canal impede apenas a chegada dos espermatozoides até a uretra. O líquido produzido na próstata e na vesícula seminal continua sendo eliminado normalmente durante a ejaculação. Assim, não há interferência na função erétil ou na potência sexual; os nervos e vasos sanguíneos responsáveis pela ereção do pênis não estão envolvidos na cirurgia de vasectomia.
Obs.: Depois da cirurgia é fundamental permanecer utilizando um método anticoncepcional por 60 dias aproximadamente, pois alguns espermatozoides podem continuar vivos dentro do canal. Em poucos meses, porém, o semen (líquido que é ejaculado durante o ato sexual) não conterá mais espermatozoides, impossibilitando a gravidez.
Critérios:
No Brasil, a esterilização cirúrgica está regulamentada por meio da Lei nº 9.263/1.996 que trata do planejamento familiar, a qual estabelece no seu artigo 10º os critérios e as condições obrigatórias para a sua execução. De acordo com a referida Lei, somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações:
I – em homens ou mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce;
II – risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório e assinado por dois médicos.
A legislação federal impõe, como condição para a realização da esterilização cirúrgica, o registro da expressa manifestação da vontade em documento escrito e firmado, após a informação a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais, dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes. A legislação federal estabelece, ainda, que em vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do consentimento expresso de ambos os cônjuges. Além do exposto acima, a legislação federal não permite a esterilização cirúrgica feminina durante os períodos de parto ou aborto ou até o 42º dia do pós-parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores. Essa restrição visa à redução da incidência de cesárea para procedimento de laqueadura, levando-se em consideração que o parto cesariano, sem indicação clínica, constitui-se em risco inaceitável à saúde da mulher e do recém-nascido. Além disso, esses momentos são marcados por fragilidade emocional, em que a angústia de uma eventual gravidez não programada pode influir na decisão da mulher. Ademais, há sempre o risco de que uma patologia fetal, não detectada no momento do parto, possa trazer arrependimento posterior à decisão tomada.
IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.
Fontes:
BVS Atenção Primária à Saúde. Telessaúde Rio Grande do Sul
Secretaria Municipal de Saúde de Palmas (Tocantins). Vasectomia: uma decisão consciente. (Folder impresso)