Nilópolis sempre foi protagonista no cenário cultural fluminense, seja pela grandiosa quantidade de artistas conhecidos, tais como Teresa Raquel, Anderson Muller, Luiz Valentim, Serginho do Roupa Nova, Lincoln Olivetti, ou pelo seu maior patrimônio cultural que a projetou para o mundo: o Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis. Pertencente a uma região que abriga 13 municípios, Nilópolis compõe uma região rica e histórica que começa a se redescobrir enquanto protagonista, quando por exemplo, as crianças e jovens aprendem sobre a importância magnífica da envergadura da Capela São Mateus, erguida em 1634, nos bancos escolares; ou que a cidade foi o berço do povo judeu em sua chegada ao Brasil.
Este diminuto apanhado de parte da história desta cidade não seria possível sem os registros históricos e culturais, sejam eles documentais ou orais necessários e fundamentais para que a identidade deste povo faça sentido. Assim como o Brasil não existe sem os Brasileiros, Nilópolis não existiria caso não houvessem os Nilopolitanos – gentílicos em maiúsculo porque somos cidadãos de valor e inequívoca riqueza.
Dando um salto no tempo chegamos a setembro de 2023, quando, de 19 a 24 deste mês, a cidade abraça todas as culturas, crenças, pensadores, escritores e artistas no I Festival Literário e Cultural da Baixada Fluminense – FLIC BF, festival este que registra o novo Sol a raiar no horizonte: liberdade através do fortalecimento intelectual, social e cultural.
Com uma centena e meia de atrações diversas em forma de palestras, shows, rodas de conversa tal qual a árvore preservada no centro do salão principal do evento, a FLIC esparge suas raízes e por ser frondosa, frutífera e amiga, acolhe gente de todos os cantos do Brasil para aprenderem e ensinarem, ávidos por viver tamanha novidade sob a brisa do Parque Municipal Natural do Gericinó Prefeito Farid Abrão.
Há uma espécie de xerostomia cultural e educacional por parte dos caminhantes neste espaço e ver brotar nos olhos dos cidadãos e cidadãs, sendo eles crianças, adolescentes, adultos ou idosos a semente de que o conhecimento é um poder transformador, faz qualquer um concluir o quão necessário é um evento desta envergadura todos os anos.
Nomes como Elisa Lucinda e Conceição Evaristo, ícones brasileiros, pisaram neste chão para chancelar a nova etapa que todos estão vivendo, sejam de Nilópolis ou da Baixada Fluminense. Ainda assim, nada mais gratificante que chegar ao espaço, recheado de crianças e poder ver os artistas da cidade de Nilópolis atuando, como o aclamado pelo público e crítica ator Luiz Valentim e sua trupe da Fanfarras Produções, à ocasião do dia 21 com o espetáculo teatral infantil “Pingo e Gota, o amor através das águas”, em que ele interpreta o icônico “Petrônio” e a peça gira sobre o importante eixo da preservação ambiental e da água.