Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Nilópolis, realizada no dia 28 de maio, os vereadores aprovaram por unanimidade o Projeto de Lei nº 13/2025, de autoria do vereador Leandro Hungria, que propõe a Campanha de Conscientização sobre a Esporotricose Felina. A iniciativa busca informar a população sobre prevenção, identificação de sintomas e tratamento da doença, que afeta principalmente gatos e pode ser transmitida para humanos.
Caso sancionada, a campanha será realizada anualmente, entre os dias 1º e 15 de agosto, e contará com ações educativas e divulgação de informações sobre formas de contágio, sintomas e medidas de prevenção. O projeto enfatiza a necessidade de alertar os tutores de gatos sobre práticas de cuidados adequadas, como castração, instalação de telas de proteção e acompanhamento veterinário regular.

Segundo o vereador Leandro Hungria, autor da proposta, a aprovação do projeto representa um avanço na proteção da saúde animal e na conscientização pública.
“Estamos falando de uma doença séria, que se espalha silenciosamente e pode causar muito sofrimento aos animais e até afetar os humanos. A informação é a melhor forma de prevenção. Queremos garantir que os tutores saibam como agir e que a sociedade compreenda a importância de cuidar dos animais de maneira responsável”, declarou Hungria.
A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que se aproveita de feridas abertas para entrar no organismo. Embora afete cães e humanos, nos gatos a doença se manifesta de forma mais grave, provocando lesões profundas na pele, músculos e ossos. A identificação precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar complicações.
Para a médica veterinária Ana Clara Medeiros, especialista em doenças infecciosas animais, a iniciativa da Câmara Municipal é um importante passo para combater a desinformação.
“Muitas pessoas não sabem como essa doença se espalha e acabam negligenciando os sinais clínicos. A campanha ajudará a reduzir o número de casos, promovendo ações preventivas e garantindo que os tutores estejam atentos à saúde de seus animais”, afirmou.
O biólogo Renato Borges, que estuda zoonoses urbanas, reforça a relevância do projeto.
“A esporotricose tem impacto direto na saúde pública, pois é uma doença que ultrapassa barreiras entre espécies. Quando os tutores têm informações sobre prevenção, o controle da doença se torna mais eficiente”, explica.
Já a moradora Mariana Ferreira, tutora de quatro gatos, comemora a aprovação da proposta.
“Infelizmente, já tive um gato que contraiu esporotricose, e o tratamento foi longo e difícil. Ter mais informações e orientações pode salvar vidas. A iniciativa da Câmara é essencial para proteger os animais e conscientizar a população”, destacou.
Caso sancionado, a execução da campanha será responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que poderá firmar parcerias com instituições públicas e privadas para ampliar a divulgação e alcance das ações. Os custos do programa serão cobertos pelas dotações orçamentárias próprias do município. O projeto agora segue para a sanção do prefeito Abraão David Neto.
Como ocorre a transmissão da esporotricose?
A esporotricose em animais, especialmente em gatos, ocorre quando o fungo Sporothrix schenckii ou Sporothrix brasiliensis penetra na pele por meio de feridas abertas. A transmissão acontece principalmente por arranhaduras e mordidas durante brigas entre gatos infectados, além do contato com solo, madeira ou vegetação contaminada.
Transmissão em animais
- Brigas entre gatos: O contato direto com feridas de animais infectados é a principal forma de transmissão.
- Ambientes contaminados: O fungo pode estar presente no solo, madeira e plantas, infectando os animais ao entrar em contato com feridas abertas.
- Higiene inadequada: Gatos que vivem em colônias ou em locais sem cuidados sanitários adequados têm maior risco de contaminação.
Cuidados e prevenção
- Castração: Reduz a tendência dos gatos de brigar, diminuindo o risco de transmissão.
- Ambiente seguro: Manter os gatos em locais limpos e protegidos, evitando contato com animais infectados.
- Acompanhamento veterinário: Consultas regulares ajudam na identificação precoce da doença.
- Uso de telas: Impedir que os gatos saiam para áreas externas pode reduzir a exposição ao fungo.
Tratamento
O tratamento da esporotricose em gatos envolve o uso de antifúngicos, sendo o itraconazol o medicamento mais comum. Em casos graves, pode ser necessário o uso de anfotericina B. O tratamento pode durar meses, e é essencial que o animal seja acompanhado por um veterinário durante todo o processo.
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