Encravado entre os bairros do Centro, Santos Dumont e Nova Cidade, o bairro do Frigorífico, é uma das entradas e saídas de Nilópolis. A rua Dr. Rufino Gonçalves Ferreira e a Estrada Deputado Simão Sessim fazem a ligação com o município de Mesquita. Contando com uma população de 25.500 habitantes, segundo dados de 2022 do IBGE, o bairro também concentra escolas e diversos equipamentos públicos de lazer e cultura. E nos próximos meses, também irá contar com uma unidade da Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC).
Apesar de tantos equipamentos públicos de importância, o bairro que cresceu após a extinção do matadouro, pertencente ao Sr. José Martins, sofre com a falta de segurança pública e problemas no transporte público. Para cobrar ao poder público melhorias, moradores do bairro e estudantes do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), estão fazendo dois abaixo-assinados para serem encaminhados à Secretaria de Estado de Segurança Pública e ao Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (DETRO/RJ).
“Nossa intenção é cobrar do Governo o reforço do policiamento e a volta da linha de ônibus 601I, que fazia a ligação do bairro com os municípios de Nova Iguaçu e Belford Roxo, e parou de circular há cerca de dois anos. Apesar de pequeno, o bairro recebe muita gente de outros bairros e até mesmo de outras cidades. No IFRJ tem alunos de tudo que é lugar e passam pelos mesmos sufocos dos moradores daqui. Por isso, os abaixo-assinados buscam beneficiar a todos, inclusive quem vem ao bairro usufruir das atividades da Vila Olímpica, estudar no CIEP Stella de Queiróz ou assistir um jogo no ginásio”, disse Luiz Marcelo Castro da Silva, que organizou os abaixo-assinados.
Policial assassinado em tentativa de assalto
O pedido de melhoria na segurança ganhou maior importância após o assassinato de um policial militar ocorrido no bairro no último dia 20 de agosto. O soldado Saint Clair Ferreira Santos foi morto a tiros quando passava de carro pela Estrada Doutor Rufino Gonçalves Ferreira, em frente à Vila Olímpica Marcos Fernandes.
Saint Clair estava em seu carro, um Chevrolet Tracker, que foi alvo de mais de dez disparos. Ele chegou a ser socorrido por colegas de farda para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Edson Passos, em Mesquita, mas não resistiu aos ferimentos.
“O que aconteceu com o policial foi bem grave, infelizmente ele resistiu a uma tentativa de assalto e acabou sendo morto. Mas situações parecidas acontecem com certa frequência em todo o bairro. A facilidade de sair e entrar do bairro, facilita a ação dos bandidos, que fogem para Mesquita e se escondem em comunidades próximas. Não é só roubo de carros, mas aqui também acontece roubo a pedestres”, disse um morador que não quis se identificar.
Os moradores afirmam, que a polícia até costuma fazer rondas, mas basta a viatura se distanciar para a bandidagem agir:
“Volta e meia passa uma patrulha da policia e até mesmo da Guarda Municipal, mas não adianta só passar, é preciso colocar uma guarita na divisa com Mesquita, é por ali que eles fogem. Quando só era aberta a Doutor Rufino Gonçalves Ferreira, a situação era mais tranquila, mas agora tem a outra rua também, assim facilitou ainda mais. Tem que ter uma cabine em uma delas e uma viatura na outra”, sugere Marcelo, que é morador da Rua José Martins.
Linha de ônibus parou de funcionar
Outra queixa dos moradores do bairro Frigorífico é a interrupção da linha 601I (Belford Roxo x Nova Iguaçu), que até meados de 2022 atendia a região.
De acordo com moradores, a empresa Alto Minho faliu e desde então quem precisa se deslocar até Vila Norma e outros bairros de Mesquita e Belford Roxo, é obrigado a caminhar por cerca de 20 minutos ou gastar duas passagens.
Para Luiz Marcelo Castro da Silva, autor do abaixo-assinado que pede a volta da linha 601I, a ausência dos ônibus também colabora para a insegurança dos moradores e alunos do IFRJ.
“A linha é importante para o bairro e para quem estuda no IFRJ, pois ela passa por locais onde não há linhas de ônibus fazendo a ligação com o Frigorífico, como é o caso do Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita, e até mesmo bairros daqui de Nilópolis, além de ser mais uma opção para Nova Iguaçu”, disse.
Para Luisa Silva, que estuda na Escola Municipal de Dança José Carlos de Oliveira Silva, localizada dentro do Centro Integrado de Educação Pública Municipalizado – 136 – Professora Stella De Queiroz Pinheiro, sem o ônibus 601I, tanto ela, quanto os seus amigos precisam caminhar até Edson Passos para conseguir embarcar em um ônibus para Belford Roxo.
“O 601I passava aqui na porta do CIEP e aqui no horário de saída sempre ficava uma patrulha da Polícia, por causa da Vila Olímpica, assim a gente se sentia mais seguro, mas agora a gente tem que ir andando até a passarela de Edson Passos, onde a gente atravessa para o outro lado. Uma amiga quase foi assaltada nesse percurso, por sorte, uma pessoa passou na hora e espantou o bandido. A linha tem que voltar logo”, apela.
Sobre a segurança, a Polícia Militar informou que realiza rondas ostensivas no bairro e reforçou o policiamento na região. Já sobre a linha de ônibus 601I (Nova Iguaçu x Belford Roxo), o DETRO/RJ informou que está em andamento um processo licitatório do sistema intermunicipal de linhas de ônibus e que os pedidos da comunidade estão sendo analisados e incorporados ao processo.
Para assinar os abaixo-assinados basta acessar os links:
ABAIXO-ASSINADO PEDINDO MAIS SEGURANÇA
ABAIXO-ASSINADO PEDINDO O RETORNO DA LINHA 601I
Os documentos podem ser assinados por qualquer pessoa, mesmo que não more no bairro, mas que precise fazer alguma atividade ou visite o bairro com regularidade. É tudo gratuito e não precisa fazer nenhuma contribuição.